Curiosamente o nome para a GRIPE SUÍNA foi mudado pela Organização Internacional de Saúde. Leiam o texto produzido pela Agência O Globo:
“A Organização Mundial da Saúde recuou de sua decisão de nomear o vírus influenza de ‘gripe suína’ e informou em seu site de internet que começará a partir de hoje a se referir à epidemia pelo nome científico do vírus: influenza A (H1N1). A Organização vinha sendo pressionada por setores produtores e exportadores de carne suína, devido à associação do nome da gripe ao do animal, que não está diretamente relacionado com contágio neste momento. A transmissão desse tipo de gripe se dá apenas entre humanos. Segundo o porta-voz da OMS, Dick Thomson, a troca de denominação se deve ao fato de a transmissão do vírus ser cada vez mais humana do que animal. ‘Vencemos a batalha da informação. Agora vamos ver se todo mundo vai usar esse nome’, diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (ABIPECS), Pedro de Camargo Neto. Ele mesmo enviou no dia 28 um ofício com esse apelo à diretora geral da entidade, Margaret Chan.”
Só que toda a população já usa o nome GRIPE SUÍNA que faço questão de destacar neste texto, pois a GRIPE SUÍNA está relacionada à criação intensiva de animais pelas conhecidas “indústrias” da pecuária. Onde já vimos diversas doenças associadas à exploração monstruosa e crescente de animais em condições bizarras de “vida”, surgir mais uma doença é apenas questão de tempo ou de negligência. O animal em condições de vida degradantes possui vírus e bactérias que podem acabar sofrendo mutações. Sem falar nos antibióticos e diversos medicamentos aplicados para conter o estresse e as doenças dele advindas. A conhecida doença da vaca louca, a gripe aviária a Escherichia coli presente nas toneladas de dejetos e pfiesteria (protozoário que matou um bilhão de peixes nos estuários da Carolina do Norte e contagiou dezenas de pescadores) são apenas as mais conhecidas e mais graves.
A mudança de nome da doença é sintomática. Enquanto a doença é elevada ao grau 5, a relevância do nome é questionável. Quando associar uma doença a um animal prejudica interesses das gigantes indústrias de animais, prontamente se acham argumentações vindas de especialistas no assunto. Agora, quando se quer exterminar animais, a coisa muda de figura, por exemplo:
Costuma-se atribuir o contágio de toxoplasmose a gatos. A forma mais comum de contrair a doença é pela ingestão de água e alimentos contaminados. A ingestão de carne crua ou malpassada é um grande risco tanto para o ser humano como para os animais domésticos carnívoros, como os cães e os gatos. Costuma-se atribuir aos gatos a culpa pela transmissão da toxoplasmose ao homem. No entanto, sabe-se que é bem pouco provável que os animais domésticos sejam os culpados, na maioria das vezes. No caso do gato, o animal pode ter a doença desde o seu nascimento (assim como o homem), mas, ao contrário de outras espécies, não irá manifestar sinais clínicos. Ele só irá transmitir a doença caso tenha uma queda de resistência. Nesse caso, irá eliminar o protozoários pelas fezes, oocistos (‘ovos’), que demoram de 1 a 5 dias no ambiente para serem infectantes, ou seja, poderem infectar outros indivíduos. Assim, acariciar o gato e conviver com ele, mantendo o mínimo de cuidados como lavar as mãos após limpar a caixa de areia e não dormir com o animal na cama são medidas suficientes para evitar a transmissão. Não há relatos de transmissão pela lambedura ou arranhadura do gato, o toxoplasma é eliminado pelas fezes. Não é todo o gato que tem a toxoplasmose, muito pelo contrário, mas a tendência é de jogar o gato fora quando se está grávida ou quando se tem a suspeita da doença.
A leishmaniose, que no país atrasado [Brasil!] extermina os cães como medida de segurança – apenas para tranquilizar a população – é atribuída ao cão. A cartilha pró-animais da ProAnima – Associação Protetora dos Animais do Distrito Federal – diz: “Ao contrário do que tem sido divulgado, a OMS e vários pesquisadores questionam a eficácia do sacrifício de animais como medida de combate à doença. Isso é visto claramente no DF, onde há a doença, mesmo com a matança de centenas de animais na região do Grande Colorado.
A matança de cães é ineficaz, entre vários motivos, porque:
* Vários outros animais (inclusive humanos) também são reservatórios da doença para o mosquito;
* O alarmismo causado ao se culpar os cães aumenta as taxas de abandono desses animais, aumentando, consequentemente, o número de cães errantes e imunodeprimidos que podem ser alvos da doença;
* Pessoas que têm seus animais sacrificados frequentemente levam outro animal para casa sob as mesmas condições de exposição à contaminação, principalmente filhotes ainda não imunizados.”
Num resumo, para a GRIPE SUÍNA toda uma campanha para que a população não mude seus péssimos hábitos de consumo. E o porco, que de qualquer forma irá morrer, desta vez não é o “culpado” pela doença. Aos gatos e cães, a “culpa” por transmitir doenças, se imortaliza, pois as pessoas querem de alguma forma um motivo para realizar a “limpeza” em suas cidades (o número de pessoas que não consegue dormir porque o vizinho tem um gato é inacreditável. São pessoas que se sentem incomodadas na presença de um animal na frente de seus olhos.).
Uma frase que poderia ser dita pelos próprios animais:
“Vocês nos tornaram doentes e agora comem nossas doenças”
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